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De 28 de abril a 1º de maio, estudantes e profissionais de diferentes partes do Brasil participarão do I Festival de Cinema Universitário de Sergipe (Sercine), que acontecerá em Aracaju e contará com exibições de curtas, oficinas de produção, discussões sobre o universo cinematográfico e uma mostra competitiva. O idealizador do projeto, Baruch Blumberg, estudante do curso de Audiovisual da UFS e sócio-fundador do Kipá, fala sobre a sua paixão por cinema e sobre os desafios de realizar o evento que promete movimentar o cenário audiovisual no nosso Estado.

Kipá – Como surgiu o seu interesse por cinema e quando você decidiu que queria trabalhar com a linguagem audiovisual?

Baruch B. – Sou aficionado por cinema desde criança e sempre sonhei em trabalhar neste meio, mas há alguns anos decidi que gostaria de viver de audiovisual, trabalhando com isso.

Kipá – Quais são as suas maiores influências no cinema brasileiro e no cinema internacional?

Baruch B. – No cinema nacional, sou muito fã do Júlio Bressane e do Glauber Rocha, pelos seus experimentalismos. Sou também cada vez mais fã dos trabalhos do Rodrigo Grota, pelo seu esmero técnico e poético. Já dos de fora, gosto muito do Richard Linklater e do Darren Aronofsky, por suas diversificações temáticas e estéticas, e do Krzysztof Kieslowski e do Robert Bresson, pela simplicidade complexa, se é que você me entende (risos).

Kipá – Por que investir em cinema em Sergipe?

Baruch B. – Por todas as suas potencialidades, o setor do Audiovisual/Cinema vem crescendo em todo o mundo e em Sergipe não é diferente. Temos o Curta-se, caminhando para sua 11ª edição, o NPD Orlando Vieira, que é uma ferramenta fundamental de capacitação e fomento da área em Sergipe, como também o curso de audiovisual da UFS, que, acredito, com os investimentos necessários pode se tornar em um dos melhores cursos de audiovisual do país. Há também o surgimento, cada vez mais, de pessoas interessadas em produzir no estado.

Kipá – O que é o Sercine e quem são as pessoas à frente do projeto?

Baruch B. – O Sercine é um festival de cinema universitário que surge com o propósito não só de provocar os realizadores universitários a produzirem cada vez mais, como também de movimentar o setor audiovisual sergipano nesta direção (do cinema universitário), que tem como forte característica a busca pelo experimentalismo técnico e estético. A Jéssica Araújo, o Renan Henriques e o Arthur Pinto são algumas das pessoas que trabalham comigo no projeto.

Kipá – O que é preciso para participar do Sercine?

Baruch B. – O Sercine é aberto ao público e todos podem participar das suas atividades. A programação do festival estará disponível no nosso blog a partir da próxima semana.

Kipá – O que o festival deve trazer de novo para a produção audiovisual no nosso Estado?

Baruch B. – O festival deve possibilitar a ampliação nas discussões em torno deste cenário que cresce cada vez mais, que é a ligação entre o cinema e a universidade. Além disso, os realizadores sergipanos terão acesso a produções universitárias de outros estados e haverá uma maior aproximação entre os setores que compõe o cenário audiovisual sergipano.

Kipá – Você participou da criação do curso de audiovisual da UFS e agora desenvolve um festival de cinema universitário, como é para você a relação entre o cinema e o meio acadêmico?

Baruch B. – Acredito ser de extrema importância a proximidade do setor acadêmico com qualquer atividade social e com o audiovisual não é diferente, é a busca por unir as discussões do âmbito acadêmico com as do meio mais prático.

Kipá – Como membro do Kipá e atual responsável pela Coordenação do nosso Cineclube, que papel você atribui ao Instituto num cenário em que a produção audiovisual e a própria discussão sobre temas relacionados ao cinema são ainda incipientes?

Baruch B. – O Instituto Kipá exerce um papel fundamental nesse sentido, pois busca, seja no Fórum do Audiovisual, seja no CineKipá, fomentar discussões capazes de fortalecer e de expandir o cenário audiovisual sergipano, criando  mecanismos organizados de luta pelo setor.

Kipá – Quais as suas perspectivas para o mercado audiovisual sergipano nos próximos anos?

Baruch B. – Espero que Sergipe se torne um mercado de expansão e descentralização, pois quanto mais diversidades de atores tiverem o setor, mais respeitado ele será.

por Chris Matos | foto: Acervo Kipá

A estética documental tem ganhado força não apenas no cinema, mas também em diversos outros setores do audiovisual, como na publicidade, por exemplo. Ao mesmo tempo, percebe-se que a linguagem adotada no documentário, em que as narrativas se aproximam mais do real, torna-se cada vez mais híbrida, o que relativiza os limites entre o gênero e a ficção.

A riqueza do tema foi objeto de discussão entre estudantes, professores, profissionais da área e pessoas interessadas no assunto na noite de ontem, durante a abertura do ciclo de mesas temáticas do projeto Cine Olho – Cinema e Educação. O evento, que reafirma a parceria entre o Sesc e o Instituto Kipá, contou com a participação da jornalista Suyene Correia e da professora em Multimídia Beatriz Colucci e aconteceu no auditório do Sesc – Centro.

Durante as exposições das ministrantes, Suyene defendeu não haver competição entre o documentário e a ficção, e também aproveitou para ressaltar algumas das especificidades da linguagem documental. “A realização de um documentário é tão difícil quanto a de uma ficção. Talvez, a sua produção seja menos onerosa e mais viável, mas as dificuldades são as mesmas”, defende a jornalista.

“É importante lembrar que o documentário é realizado sempre a partir de um ponto de vista. Apesar de o cineasta tentar esvaziar-se de si mesmo na realização de um trabalho documental, esse exercício é muito complicado”, pontuou Beatriz ao definir como são tênues os limites entre a ficção e o documentário.

Suyene e Beatriz também aproveitaram o espaço para falar sobre a prática do cinema no nosso Estado. As duas concordam que a produção em Sergipe é ainda pequena e que a criação do curso de Audiovisual, assim como a instituição de núcleos formados por pessoas dispostas a discutir e produzir cinema, deve contribuir para fortalecer o cenário local. “O Instituto Kipá pode ser o início dessa mudança, no sentido de agir enquanto aglutinador dos sergipanos interessados no audiovisual”, declarou Suyene.

As mesas temáticas ocorrem durante as últimas quintas-feiras de cada mês, a partir das 19h. A participação é livre e a entrada é gratuita. A programação das próximas mesas estará disponível no site do Sesc www.sesc-se.com.br e no blog do Kipá.

por Chris Matos

…Filmes                       cineolho                        educação                      Glauber!

textos               terra em transe             mensal,            narrativa           cultura/arte

cineclube??       …pessoas…                    SESC                  …         política, arte, prazer!

Plongé           ..enquadramento….                                 Foco

espaço livre.

Não é um quebra-cabeças técnico. É discutir a temática, a narrativa, o conteúdo, as possibilidades metodológicas com quem estiver interessado. Esse é um dos fundamentos que leva o novo projeto do SESC Sergipe (unidade centro): um grupo de estudos em cinema brasileiro composto por estudantes, professores, realizadores, interessados, curiosos… pessoas que se encontram uma vez por mês pelo prazer de compartilhar idéias, discutir, ler textos, fundamentar conceitos e assistir muitos filmes brasileiros.

O projeto lembra até certo ponto um tipo de proposta cineclubista: exibição de filme seguida de uma discussão. Porém, como um grupo de estudos aberto, a idéia é buscar enriquecê-lo e ampliá-lo com as idéias e opiniões de quem estiver fazendo parte. Tudo de maneira que se torne o mais confortável possível para quem estiver participando. Está feito o convite mais uma vez.

O QUE É: GRUPO DE ESTUDOS EM CINEMA

ONDE: SESC CENTRO

ENTRADA: GRATUITA E ABERTA PARA PÚBLICO DE TODAS AS IDADES

QUANDO: TODAS AS ÚLTIMAS TERÇAS-FEIRAS DO MÊS (MENSAL)

PROXIMA EXIBIÇÃO: 26 DE ABRIL

O grupo de estudos em cinema brasileiro é parte do projeto CINEOLHO, um programa de atividades, coordenadas pelo setor de audiovisual do SESC, que buscam (através de mesas temáticas, oficinas, exibições e outros) fortalecer e amadurecer o olhar do público para o cinema voltado à educação.

Para saber mais sobre SESC Sergipe e o PROJETO CINE OLHO:

http://www.sesc-se.com.br/

Para uma busca mais profunda sobre instituições que atuam dentro no cinema e audiovisual, o site do KIPA disponibiliza uma lista de referência:

https://audiovisualkipa.wordpress.com/link-uteis/

Por Marcel Magalhães

Com a exibição do filme “Terra em Transe”, do polêmico diretor brasileiro Glauber Rocha, o Sesc deu início na terça-feira, 29, a mais um dos seus projetos que combinam cinema e educação. O Grupo de Estudos em Cinema Brasileiro tem como proposta não apenas a discussão de filmes nacionais a partir de aspectos técnicos, artísticos, sócio-históricos e políticos, mas também a compreensão do cenário cinematográfico do nosso país.

O Kipá está entre os parceiros do Sesc neste projeto, que contou com a participação de um dos nossos membros, Cleiton Lobo, como mediador durante a noite de abertura. Em meio às discussões, Cleiton destacou alguns dos pontos fundamentais do trabalho deixado por Glauber Rocha e destacou a importância do cineasta enquanto defensor da arte cinematográfica como instrumento de conscientização do seu público. “No Brasil, quando se discute cinema é sempre importante discutir o papel do Glauber e do chamado Cinema Novo. Terra em Transe é um filme mais atual do que se imagina”.

O coordenador do projeto, Wolney Nascimento, concorda que a escolha do filme de abertura do Grupo de Estudos tenha sido certeira e espera que as próximas reuniões contem sempre com a participação de pessoas interessadas em debater o cinema brasileiro e em repercutir essas discussões através das mais variadas formas. “Estamos pensando em desenvolver maneiras de registrar esse projeto para que ele possa ter um maior alcance entre o público interessado. Temos a intenção, por exemplo, de criar um caderno sobre as discussões realizadas aqui”.

As reuniões do Grupo de Estudos em Cinema Brasileiro acontecem durante as últimas terças de cada mês, a partir das 18h30, no auditório do Sesc – Centro. Todos estão convidados a participar, a entrada é gratuita.

por Chris Matos

Derrota aceita e registrada!

Publicado: 16 de dezembro de 2010 em Acervo Kipá, Agenda do Kipá
O Kipá experimentou o sabor da Derrota e registrou vários momentos da festa para a realização de documentário

 

O Instituto Kipá juntou-se à multidão de ‘derrotados’ que participou da Derrota Fantasy 2010. A equipe ficou responsável pela realização do documentário “A minha Derrota”, que buscará retratar a movimentação da festa e envolvimento do público em relação à proposta do evento. As bandas não ficaram de fora, e alguns músicos não deixaram de dar seu depoimento sobre a irreverência que marca a Derrota. E já que ficar derrotado é o objetivo da festa, a nossa equipe não parou e trabalhou até as 6h da manhã, mas, claro, sempre com muita diversão.

Equipe Kipá (da esquerda para a direita): André Aragão, Chris Matos, Cleiton Lobo, Marcos Mota, Renan Sobral, Sayuri Dantas e Marcel Magalhães

O documentário está em fase de edição e quem quiser ainda pode participar da nossa produção. Aqueles que fizeram pequenos vídeos durante a festa e quiserem compartilhá-los com a gente podem enviar esses materiais para a nossa equipe através do email audiovisual.kipa@gmail.com. O envio pode ser feito até amanhã, 17 de dezembro de 2010.

A Derrota

Fantasiar-se para a Derrota é, antes de tudo, preparar-se para sentir-se derrotado ao final da festa. E isso parece ser regra entre todos que participam da brincadeira. Os amigos Maneu Carvalho e Arthur Soares, que nunca perderam uma edição da Derrota, contam que o melhor mesmo é chegar na folia já meio derrotado para sair de lá totalmente acabado. “Lembro de uma vez que cheguei na Derrota todo fantasiado e, depois de um tempo, fui perdendo todos os adereços da minha fantasia. Só me dei conta quando eu já não tinha mais nada de diferente na roupa”, relembra Maneu, que resolveu descartar os adereços este ano, vestindo-se de ajudante de cego, protagonizado por Arthur. 

Maneu e Arthur nunca perderam uma Derrota

Havia também muita gente que não conhecia a Derrota e que, pela primeira vez, resolveu fantasiar-se para encarar a festa. Vestido de mecânico, o representante comercial Alisson Cavagnoli nunca tinha ido a nenhuma edição do evento e disse que só sairia derrotado da festa. “Pelo que ouvi falar, aqui as pessoas brincam muito e só voltam pra casa depois muito derrotadas”, disse Alisson. O professor Danilo Pereira (nome fictício) também participou pela primeira vez da festa, mas conta já ter feito algumas maluquices em momentos de derrota total. “Uma vez, depois de beber muito, eu dancei uma música da Britney Spears sem roupa no meio da rua”, recorda Danilo.

Cambota fala sobre a Derrota Fantasy

 Os músicos que fizeram a festa do público também relataram algumas das suas derrotas para a equipe do Kipá. Pela primeira vez no nordeste, Cambota, o vocalista da banda ‘Pedra Letícia’, revelou não apenas uma, mas sete derrotas que ele colecionou ao longo da sua vida. “Se é pra falar de derrotas, posso contar sobre sete, que foram as sete faculdades que comecei a cursar, mas acabei desistindo de todas até que resolvi me tornar músico, o que não tem sido uma derrota”, fala Cambota, que brinca ao dizer só ter entendido o sentido da festa quando a Pedra Letícia, segundo ele, uma banda ‘fuleira’ [risos], foi convidada pra tocar no evento.

 

Digão recebe a Equipe Kipá

“Difícil dizer uma derrota, são tantas”, afirma Digão, vocalista e guitarrista da banda Raimundos. No entanto, embora não conseguissem se lembrar de muitas derrotas na hora da entrevista, os roqueiros da Raimundos concordam que a sua participação no evento não está entre elas. “Isso não é uma derrota, a festa é muito boa, dá pra ver que a galera participa bastante. Ela devia inclusive mudar de nome e se chamar Vitória”, acredita Canisso, baixista da banda. 

Entrevista com Canisso, baixista da banda Raimundos

Muito mais enturmada, a galera do Massacration, que esteve presente na edição anterior da Derrota Fantasy, em 2009, também mostrou-se firme ao defendê-la enquanto uma festa vitoriosa. “Mais uma vez, o metal venceu e saíram derrotados os emos, os caretas, os grupos musicais da atualidade”, assegura Bruno Sutter, o Detonator. 

"Na Derrota, o Metal venceu", diz Bruno Sutter

Colecionando derrotas ou não, todos se divertiram muito na festa que, mais uma vez, provou ser um grande evento. O Instituto Kipá aproveita este espaço para agradecer o empenho de todos que se dedicaram durante toda a festa para a produção do nosso documentário. “As gravações na Derrota Fantasy ocorreram tranquilamente, gravamos shows, montamos a nossa tenda, conversamos com as bandas e com várias pessoas, pegamos imagens do evento em si e acabamos saindo quase 6h da manhã de lá. Toda a equipe está de parabéns”, reforça Marcel Magalhães, presidente do Instituto Kipá.

Agradecemos também ao público, às bandas e, principalmente, a Alexandre Hardman e sua equipe, que nos deram todo o apoio necessário para a realização desse novo projeto. Obrigado!

 

Por Chris Matos

Fotos: Sayuri Dantas

O Kipá se prepara para mais uma produção audiovisual e convida a todos que participarão da festa Derrota Fantasy para construir esse projeto junto com a gente

É bem simples. Durante a Derrota, a equipe do Kipá estará coletando vídeos feitos por meio de celulares ou câmeras digitais que contenham registros dos melhores momentos da festa. Qualquer pessoa que estiver por lá pode participar, e pra isso basta levar o cartão de memória com o vídeo até o stand do Kipá ou enviá-lo depois pelo youtube para o email audiovisual.kipa@gmail.com.

Os 10 melhores vídeos farão parte do documentário “A minha Derrota” e os seus autores serão premiados com ingressos para o Coverama em 2011.

 

Segue abaixo o regimento para quem quiser participar do projeto:

 

“A minha derrota”

Documentário colaborativo sobre a Derrota Fantasy

 

– Podem participar pessoas de qualquer idade

– Os vídeos podem ser filmados com celulares e/ou câmeras fotográficas

– Não serão utilizadas no documentário imagens que contenham: sexo, violência, preconceito e situações constrangedoras

– No dia do evento o Kipá irá disponibilizar espaço para a coleta dos vídeos

– Os vídeos poderão ser enviados via youtube (link) para o email do Kipá (audiovisual.kipa@gmail.com) até a sexta-feira, 17 de dezembro de 2010.

– Dentre os vídeos enviados, serão selecionados 10 para ganharem os ingressos pro Coverama

– A pessoa que enviar mais vídeos (produzidos por amigos também vale, desde que cite o primeiro autor) irá concorrer à camisa do derrota autografada pelas bandas

– Os autores dos vídeos enviados concordam com esse regimento automaticamente ao se inscreverem

– Casos omissos serão resolvidos pela equipe de produção do documentário

Um domingo muito especial para os integrantes do Instituto Kipá, que, a convite do grupo Café Animado,  colabora com a realização de animações sobre a vida da mulher mais alta de Sergipe

Instituto Kipá e Grupo Café Animado reunidos na casa de Maria Feliciana

 

                Em uma casa simples localizada na rua que leva o nome do famoso guerreiro São Jorge, no bairro Santos Dumont, mora uma das figuras mais importantes da cultura popular sergipana, a Rainha da Altura Maria Feliciana dos Santos. Dona de um coração muito maior que os seus 2,25 m de estatura, Feliciana recebeu com carinho a equipe do Instituto Kipá para a gravação de imagens que podem dar origem a um documentário sobre a sua história com produção prevista para o início de 2011.

Moema Costa, do Café Animado

                A convite do grupo Café Animado, que se prepara para a criação de animações com roteiros baseados em pequenas histórias vividas pela Rainha da Altura em suas andanças pelo Brasil, o Instituto Kipá registrou o primeiro contato entre os jovens animadores e Maria Feliciana. “Quando surgiu o convite, a ideia seria apenas a de acompanhar o pessoal do Café Animado em seu primeiro encontro com a Maria Feliciana, fazendo uma espécie de making off e colaborando com o que fosse preciso para ajudá-los na criação de suas animações”, relata Baruch Blumberg, Coordenador de Produção do Kipá. 

Integrantes do Kipá durante as gravações

                 O que era para ser um simples registro acabou transformando-se na possibilidade da realização de documentário sobre a vida da mulher que levou o nome de Sergipe para todo o Brasil durante as décadas de 60 e 70. Feliciana chegou a se apresentar em programas de rede nacional, como o ‘Buzina do Chacrinha’, onde participou de um concurso e foi eleita a mulher mais alta do mundo, sendo coroada por Luiz Gonzaga como a Rainha da Altura.

Maria Feliciana, a eterna Rainha da Altura

                 Maria Feliciana revela que a sua altura nunca foi um problema para ela e que, apesar de alguns contratempos como a dificuldade para entrar em determinados locais ou para encontrar camas que a comportasse de maneira confortável, ela sempre se sentiu bem em relação a sua estatura, marca registrada da família Santos, aliás. Com 2,10m, Cleverton Santos, filho caçula de Feliciana, alega ter se incomodado um pouco com a sua altura durante a infância, quando recebia apelidos por ser o mais alto entre os amigos. “Hoje, tenho satisfação por ser tão alto, pois isso representa a minha família e, principalmente, a minha mãe, que é um mito em todo o Estado de Sergipe”, diz Cleverton.

"Tenho satisfação por ser tão alto", Cleverton Santos

                 As gravações feitas neste domingo contaram com a coleta de depoimentos de personagens importantes na história dessa grande mulher. As duplas sertanejas Ozano e Ozanito e Adalto e Adailton, Lorinho do Acordeon e a cantora Joseane DyJosa se emocionaram ao lembrar de fatos marcantes vividos na companhia de Feliciana. “Fico feliz ao ver a participação desses jovens unindo forças em prol de um objetivo que é o de reconhecer a história de alguém que é uma marca da cultura sergipana”, conta Joseane. 

Maria Feliciana ao lado de Josa e Joseane DyJosa

                 Algumas das imagens registradas durante esse encontro devem ser exibidas no dia 20 de dezembro, a partir das 20h, no Teatro Louviral Baptista, quando será realizado um show beneficente com renda destinada à construção de um banheiro adequado às necessidades de Maria Feliciana, que, aos 64 anos, depende de uma cadeira de rodas para se locomover.

Por Chris Matos

Fotos: Arthur Pinto, Chris Matos e Cleiton Lobo

 

Participação de alunos, realizadores e sociedade civil no painel do Fórum

foto: Ascom/NPD

Na última sexta, 26, aconteceu na Sociedade Semear um Painel de Formação e Implantação do Fórum Audiovisual de Sergipe, com o intuito de discutir novas diretrizes acerca da cena do audiovisual em Sergipe, fortalecendo também a interação entre os membros que constroem esse cenário local. O evento, que foi aberto ao público, recebeu em torno de 150 pessoas, desde alunos a profissionais da área e discutiu a importância da criação de um Fórum permamente para impulsionar a difusão das produções audiovisuais sergipanas, além do objetivo de debater outras questões vinculadas.

 

Participantes do Fórum Audiovisual de Sergipe

Duas mesas foram formadas, sendo a primeira composta por Ana Carolina Westrupp (representante do Cine Circuito Livre); Rosângela Rocha (Casa Curta-SE); Anderson Bruno (presidente da ABD/SE) e Indira Amaral (presidente da Fundação Aperipê). A segunda foi formada por Ana Ângela Gomes (professora da Universidade Federal de Sergipe); Marcelo Rangel (representante da Secretaria de Estado da Cultura) e  Tarciana Portela (representante do Ministério da Cultura/Nordeste).

 

Redação da carta aberta para implantação do Fórum

 

Leitura da carta aberta para oficialização do Fórum Audiovisual SE

foto: Ascom/NPD

Após as discussões na sexta, 26, ocorreu um novo encontro no sábado, 27, para redigir uma carta aberta ao público, onde seria oficializada a implantação do Fórum Permamente de Audiovisual em Sergipe. O objetivo era redigir a carta neste dia e finalmente apresentá-la abertamente a todos na segunda, 29, na Rua da Cultura, como de fato aconteceu após a exibição dos Filmes Del Rey.

NPD lança filmes produzidos em 2010

Publicado: 30 de novembro de 2010 em Acervo Kipá
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foto: Michel Oliveira

Fortalecer a cena audiovisual de Sergipe. Com esse objetivo, foram lançados na noite dessa sexta-feira, 26, os 11 curta-metragens produzidos em 2010 por alunos do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, Aracaju (SE) | Programa Olhar Brasil. O evento, realizado no terraço do Mercado Thales Ferraz, foi marcado por muita alegria. A festa foi promovida pela Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Funcaju) da Prefeitura de Aracaju, e encantou alunos, pessoas ligadas ao audiovisual, além de convidados.
foto: Michel Oliveira
Reunindo uma força de trabalho de quase 100 pessoas, os curtas apresentados também foram frutos da contribuição de profissionais renomados no audiovisual nacional. A coordenadora geral do NPD Orlando Vieira, Graziele Ferreira, afirmou que o lançamento dos curtas só tem a impulsionar o desenvolvimento do audiovisual do Estado.
“É com imenso orgulho que presenciamos essa ação em prol da cultura sergipana. A escolha do nome desse evento, Filmes Del Rey, foi feita junto aos alunos, para marcar a nossa identidade cultural. Nesta noite, a produção e exibição de nossos conteúdos transformam-se em um processo conectado. É de extrema importância tornar Aracaju competitiva na cena audiovisual brasileira”, declarou.
foto: André Moreira

Bosco Rolmeberg representou o prefeito Edvaldo Nogueira

O chefe de Gabinete da Prefeitura de Aracaju, Bosco Rolemberg, representou o prefeito Edvaldo Nogueira no lançamento dos Filmes Del Rey. “O lançamento revela a capacidade e o talento quando se tem condições mínimas para se produzir audiovisual, concretizando essa possibilidade inovadora de construir uma história cinematográfica local. O NPD vem oferecendo toda uma base teórica e prática, estimulando o interesse da juventude para a criação de um movimento cultural do audiovisual em Sergipe. Nós da Prefeitura também abraçamos essa causa”, salientou Bosco.
Participações

Frederico Cardoso, coordenador executivo do Cine Mais Cultura/MinC

foto: André Moreira


De acordo com o coordenador executivo do Cine Mais Cultura/MinC, Frederico Cardoso, a movimentação no audiovisual em Sergipe tem sido bastante intensa. “Aos poucos se percebe que vão se construindo grupos ligados ao audiovisual, exibindo e contribuindo para o desenvolvimento desse circuito. Neste lançamento, nós pudemos conhecer as produções executadas ao longo deste ano no Núcleo de Produção Digital e constatar o quanto Sergipe vem desenvolvendo seu cenário audiovisual”, ressaltou o coordenador.

Tarciana Portella, representante do Ministério da Cultura/Nordeste

foto: André Moreira

A festa de lançamento também contou com a participação do coordenador da rede Cine Mais Cultura, Rodrigo Bouillet, e da representante do Ministério da Cultura/Nordeste, Tarciana Portella. Segundo ela, é extremamente rica a possibilidade de ter uma galera jovem se dedicando ao audiovisual. “O NPD e todos esses jovens estão de parabéns. Estamos todos juntos para fazer com que o Núcleo se desenvolva cada vez mais, constituindo um pólo de grandes produções e ações para o audiovisual aqui de Sergipe”, colocou.
Curta-metragens

Marcos Soares

foto: André Moreira

Durante a noite, o público apreciou a exibição dos 11 curta-metragens produzidos ao longo de 2010, nos cursos oferecidos no NPD Orlando Vieira. Os filmes ‘A Aposta’, ‘Aracaju em Movimento’, ‘Bloddy Jack’, ‘Cinzas’, ‘Do outro lado do rio’, ‘Liah’ e ‘Mais um dia’ foram alguns dos filmes exibidos no evento.
Para o aluno Marcos Soares, o resultado foi melhor do que o esperado. “Esse foi um ano bastante intenso e de muitas realizações para todos. Foram mais de 10 cursos, todos muito significativos para o resultado apresentado hoje. A visão do cinema foi sendo fortalecida ao longo dos últimos meses. Essa é uma noite muito especial para nós. Toda essa divulgação funciona para que as pessoas acreditem mais no audiovisual e em suas possibilidades”, explicou.

Cleiton Lobo

foto: André Moreira

Cleiton Lobo, que também participou da produção dos curtas, afirmou que o lançamento é o começo de muitas realizações sergipanas. “É muito satisfatório ver todo esse resultado, mas este é apenas o começo de todo o processo. A gente está tentando se entrelaçar nesse âmbito do audiovisual. A idéia pode parecer utópica, mas queremos lutar para criar uma forte cena audiovisual em nosso Estado, aproveitando todas as oportunidades”, apontou.
Kipá

Na oportunidade, foi divulgado também o surgimento do Instituto de Estudos e Produção em Audiovisual de Sergipe, o Kipá. Com 18 integrantes, o instituto promete disseminar a cultura sergipana através do audiovisual. Segundo o presidente fundador, Marcel Magalhães, o nascimento do Kipá foi motivado após a realização de cursos no NPD Orlando Vieira.
“Os cursos e os professores que encontramos no NPD foram grandes motivadores para o surgimento do instituto. Eles nos mostraram as imensas possibilidades que podemos aproveitar para produzir audiovisual”, comentou.
Encerramento

Banda Ode ao Canalha

foto: Viviane Castro

A banda sergipana ‘Ode ao Canalha’ fechou a noite com a apresentação do videoclipe ‘Tá Certo!’, também produzido durante um dos cursos realizados no NPD Orlando Vieira neste ano de 2010. O presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas – Seccional Sergipe (ABD – SE), Anderson Bruno, disse acreditar na contribuição da movimentação do audiovisual.

Em 2010 o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira através dos cursos de realização, que capacitaram mais de 90 alunos, conseguiu produzir 11 curtas-metragens com o objetivo de reunir todas as produções e  exibi-las numa solenidade especial para convidados, cujo intuito é mostrar que Sergipe possui produções de qualidade e precisa evidenciá-las no cenário do audiovisual brasileiro. Sendo assim, no dia 05 de novembro um ofício com solicitações para a realização da festividade foi enviado à Funcaju assinado pelos mais de 90 alunos do NPDOV, e em resposta a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte além de demorar a dar um feedback, negou em pelo menos 50% os itens solicitados pelos alunos.  Não contente, dias depois a FUNCAJU retorna negando praticamente tudo e oferecendo somente auxílio com relação ao som e buffet.

Indignados com o descaso da Prefeitura de Aracaju em relação ao setor do audiovisual em Sergipe, alunos do NPDOV, redigiram uma carta aberta de reivindicação ao prefeito Edvaldo Nogueira, com a finalidade deste perceber a importância não somente desta solenidade para a prospecção do setor em Sergipe, como também reconhecer oficialmente a categoria dos realizadores no estado.

Leia na íntegra a carta aberta, escrita pelo aluno de audiovisual e dos cursos de realização do NPDOV, Baruch Blumberg, representando os quase 100 alunos envolvidos:

 

Ao Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira,

“Representamos cerca de 100 estudantes que ao longo de 2010 passaram pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira com intuito de se aprimorar, trocar experiências, produzir e amadurecer profissionalmente. Importantes passos foram dados. Realizamos 11 curta-metragens com acompanhamento de profissionais renomados do cinema brasileiro e envolvemos durante as gravações pelo menos o dobro da quantidade de alunos, contando com atores, profissionais de outras áreas, etc. Cidadãos aracajuanos que acreditavam que o NPDOV era um investimento sério da Prefeitura de Aracaju e que esta tinha competência para lidar com cultura.

 

Tivemos uma reunião no NPDOV para saber a reposta da Funcaju em relação a nossa festa de lançamento, solicitada em um ofício enviado por nós no dia 05 de novembro para Funcaju . A Funcaju confirmou, em cima da hora, somente o Buffet e o Som e negou o local, Terraço do Mercado Talles Ferraz o qual é administrado pela própria prefeitura, além da decoração,do banner, Outdoors, Cerimonialista e Kit Multimídia (Projetor, Telão com estrutura profissional). A partir dessas deliberações Graziele Ferreira, coordenadora geral do NPDOV, falou que a festa terá que ser no próprio Núcleo, e que fará de tudo para que esta saia a contento. Mas sabemos que essa mudança reduz drásticamente a quantidade de convidados, importância e a possibilidade de alcance do evento.

 

Encerrada a reunião, nós, alunos do NPDOV, decidimos confrontar essa posição da Prefeitura Municipal de Aracaju que desvaloriza a cultura de Aracaju e desrespeita totalmente nosso trabalho, nosso suor, nosso desejo de mostrar o quão Aracaju merece ser vista no cinema brasileiro. Convocamos todos que acreditam e desejam que o Audiovisual seja visto a partir de um viés profissional e não como uma brincadeira, a repassarem esta mensagem para todos que se interessam por nossa cidade, por nossas histórias, e se manifestarem contra o completo e absurdo descaso da Prefeitura da nossa capital, que não valoriza sequer o seus próprios projetos, investe em audiovisual, mas na hora de exibí-lo, e torná-lo visível como produto de um trabalho profissional, o desprestigia, o reduz a uma festinha de escola de fim de ano, e não é isso que queremos e merecemos.

 

Dispendemos tempo, dinheiro, estudo, viramos noites,  atores participaram gratuitamente, professores e profissionais se empenharam e se empolgaram com a  estrutura oferecida pela Prefeitura/NPDOV, mas na hora de divulgar e fazer valer essa intervenção pública no setor, a prefeitura afirma não haver recurso. Mas quanto será o valor de que estamos falando? O valor da cerimônia de lançamento dos filmes produzidos em 2010 não chega a R$ 10.000,00 (Dez mil Reais), onde está incluido Kit de projeção, Buffet para 200 convidados, Som (para uma banda que vai tocar de graça), Decoração. Será que a Prefeitura e a Funcaju não vêem que esse pode ser um evento que também marca o caléndario da cidade de Aracaju. Por que o desprezo em relação ao Audiovisual? Será que o Audiovisual tem menos valor que o Pré-Caju, Forró-Caju, Moto Fest? Não queremos desvalorizar qualquer um destes eventos, queremos a valorização do nosso setor e incluir Aracaju no circuito de produção do cinema brasileiro, pois quem produz precisar mostrar. Filmes são para serem vistos, Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira e nossos filmes já estão prontos e precisam ser exibidos.

Estamos tentando falar com o prefeito já há três semanas, ligamos, mandamos emails, tentando marcar uma audiência, e não obtivemos resposta. É um absurdo nos ignorarem desta maneira, o evento está marcado para a próxima sexta-feira, 26 de novembro. Tarciana Portella – Representante MinC/Nordeste, Frederico Cardoso – Coordenador Cine+Cultura/MinC e Rodrigo Bouillet – Coordenador de Rede do Cine+Cultura/MinC, entendem a importância dessa ação, tanto que confirmaram presença imediatamente após o convite que foi feito há duas semanas atrás. Pelo visto, só o Prefeito e a Funcaju não entendem isso.

 

Vamos à luta, pois juntos nós somos fortes. Repassem, falem, comentem, façam barulho, usem as armas que tiverem. A munição é única: É o direito ao reconhecimento de uma classe: os profissionais do audiovisual sergipano.”

 

Baruch Blumberg, realizador audiovisual de Sergipe.