De 28 de abril a 1º de maio, estudantes e profissionais de diferentes partes do Brasil participarão do I Festival de Cinema Universitário de Sergipe (Sercine), que acontecerá em Aracaju e contará com exibições de curtas, oficinas de produção, discussões sobre o universo cinematográfico e uma mostra competitiva. O idealizador do projeto, Baruch Blumberg, estudante do curso de Audiovisual da UFS e sócio-fundador do Kipá, fala sobre a sua paixão por cinema e sobre os desafios de realizar o evento que promete movimentar o cenário audiovisual no nosso Estado.
Kipá – Como surgiu o seu interesse por cinema e quando você decidiu que queria trabalhar com a linguagem audiovisual?
Baruch B. – Sou aficionado por cinema desde criança e sempre sonhei em trabalhar neste meio, mas há alguns anos decidi que gostaria de viver de audiovisual, trabalhando com isso.
Kipá – Quais são as suas maiores influências no cinema brasileiro e no cinema internacional?
Baruch B. – No cinema nacional, sou muito fã do Júlio Bressane e do Glauber Rocha, pelos seus experimentalismos. Sou também cada vez mais fã dos trabalhos do Rodrigo Grota, pelo seu esmero técnico e poético. Já dos de fora, gosto muito do Richard Linklater e do Darren Aronofsky, por suas diversificações temáticas e estéticas, e do Krzysztof Kieslowski e do Robert Bresson, pela simplicidade complexa, se é que você me entende (risos).
Kipá – Por que investir em cinema em Sergipe?
Baruch B. – Por todas as suas potencialidades, o setor do Audiovisual/Cinema vem crescendo em todo o mundo e em Sergipe não é diferente. Temos o Curta-se, caminhando para sua 11ª edição, o NPD Orlando Vieira, que é uma ferramenta fundamental de capacitação e fomento da área em Sergipe, como também o curso de audiovisual da UFS, que, acredito, com os investimentos necessários pode se tornar em um dos melhores cursos de audiovisual do país. Há também o surgimento, cada vez mais, de pessoas interessadas em produzir no estado.
Kipá – O que é o Sercine e quem são as pessoas à frente do projeto?
Baruch B. – O Sercine é um festival de cinema universitário que surge com o propósito não só de provocar os realizadores universitários a produzirem cada vez mais, como também de movimentar o setor audiovisual sergipano nesta direção (do cinema universitário), que tem como forte característica a busca pelo experimentalismo técnico e estético. A Jéssica Araújo, o Renan Henriques e o Arthur Pinto são algumas das pessoas que trabalham comigo no projeto.
Kipá – O que é preciso para participar do Sercine?
Baruch B. – O Sercine é aberto ao público e todos podem participar das suas atividades. A programação do festival estará disponível no nosso blog a partir da próxima semana.
Kipá – O que o festival deve trazer de novo para a produção audiovisual no nosso Estado?
Baruch B. – O festival deve possibilitar a ampliação nas discussões em torno deste cenário que cresce cada vez mais, que é a ligação entre o cinema e a universidade. Além disso, os realizadores sergipanos terão acesso a produções universitárias de outros estados e haverá uma maior aproximação entre os setores que compõe o cenário audiovisual sergipano.
Kipá – Você participou da criação do curso de audiovisual da UFS e agora desenvolve um festival de cinema universitário, como é para você a relação entre o cinema e o meio acadêmico?
Baruch B. – Acredito ser de extrema importância a proximidade do setor acadêmico com qualquer atividade social e com o audiovisual não é diferente, é a busca por unir as discussões do âmbito acadêmico com as do meio mais prático.
Kipá – Como membro do Kipá e atual responsável pela Coordenação do nosso Cineclube, que papel você atribui ao Instituto num cenário em que a produção audiovisual e a própria discussão sobre temas relacionados ao cinema são ainda incipientes?
Baruch B. – O Instituto Kipá exerce um papel fundamental nesse sentido, pois busca, seja no Fórum do Audiovisual, seja no CineKipá, fomentar discussões capazes de fortalecer e de expandir o cenário audiovisual sergipano, criando mecanismos organizados de luta pelo setor.
Kipá – Quais as suas perspectivas para o mercado audiovisual sergipano nos próximos anos?
Baruch B. – Espero que Sergipe se torne um mercado de expansão e descentralização, pois quanto mais diversidades de atores tiverem o setor, mais respeitado ele será.
por Chris Matos | foto: Acervo Kipá