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Em 2010 o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira através dos cursos de realização, que capacitaram mais de 90 alunos, conseguiu produzir 11 curtas-metragens com o objetivo de reunir todas as produções e  exibi-las numa solenidade especial para convidados, cujo intuito é mostrar que Sergipe possui produções de qualidade e precisa evidenciá-las no cenário do audiovisual brasileiro. Sendo assim, no dia 05 de novembro um ofício com solicitações para a realização da festividade foi enviado à Funcaju assinado pelos mais de 90 alunos do NPDOV, e em resposta a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte além de demorar a dar um feedback, negou em pelo menos 50% os itens solicitados pelos alunos.  Não contente, dias depois a FUNCAJU retorna negando praticamente tudo e oferecendo somente auxílio com relação ao som e buffet.

Indignados com o descaso da Prefeitura de Aracaju em relação ao setor do audiovisual em Sergipe, alunos do NPDOV, redigiram uma carta aberta de reivindicação ao prefeito Edvaldo Nogueira, com a finalidade deste perceber a importância não somente desta solenidade para a prospecção do setor em Sergipe, como também reconhecer oficialmente a categoria dos realizadores no estado.

Leia na íntegra a carta aberta, escrita pelo aluno de audiovisual e dos cursos de realização do NPDOV, Baruch Blumberg, representando os quase 100 alunos envolvidos:

 

Ao Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira,

“Representamos cerca de 100 estudantes que ao longo de 2010 passaram pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira com intuito de se aprimorar, trocar experiências, produzir e amadurecer profissionalmente. Importantes passos foram dados. Realizamos 11 curta-metragens com acompanhamento de profissionais renomados do cinema brasileiro e envolvemos durante as gravações pelo menos o dobro da quantidade de alunos, contando com atores, profissionais de outras áreas, etc. Cidadãos aracajuanos que acreditavam que o NPDOV era um investimento sério da Prefeitura de Aracaju e que esta tinha competência para lidar com cultura.

 

Tivemos uma reunião no NPDOV para saber a reposta da Funcaju em relação a nossa festa de lançamento, solicitada em um ofício enviado por nós no dia 05 de novembro para Funcaju . A Funcaju confirmou, em cima da hora, somente o Buffet e o Som e negou o local, Terraço do Mercado Talles Ferraz o qual é administrado pela própria prefeitura, além da decoração,do banner, Outdoors, Cerimonialista e Kit Multimídia (Projetor, Telão com estrutura profissional). A partir dessas deliberações Graziele Ferreira, coordenadora geral do NPDOV, falou que a festa terá que ser no próprio Núcleo, e que fará de tudo para que esta saia a contento. Mas sabemos que essa mudança reduz drásticamente a quantidade de convidados, importância e a possibilidade de alcance do evento.

 

Encerrada a reunião, nós, alunos do NPDOV, decidimos confrontar essa posição da Prefeitura Municipal de Aracaju que desvaloriza a cultura de Aracaju e desrespeita totalmente nosso trabalho, nosso suor, nosso desejo de mostrar o quão Aracaju merece ser vista no cinema brasileiro. Convocamos todos que acreditam e desejam que o Audiovisual seja visto a partir de um viés profissional e não como uma brincadeira, a repassarem esta mensagem para todos que se interessam por nossa cidade, por nossas histórias, e se manifestarem contra o completo e absurdo descaso da Prefeitura da nossa capital, que não valoriza sequer o seus próprios projetos, investe em audiovisual, mas na hora de exibí-lo, e torná-lo visível como produto de um trabalho profissional, o desprestigia, o reduz a uma festinha de escola de fim de ano, e não é isso que queremos e merecemos.

 

Dispendemos tempo, dinheiro, estudo, viramos noites,  atores participaram gratuitamente, professores e profissionais se empenharam e se empolgaram com a  estrutura oferecida pela Prefeitura/NPDOV, mas na hora de divulgar e fazer valer essa intervenção pública no setor, a prefeitura afirma não haver recurso. Mas quanto será o valor de que estamos falando? O valor da cerimônia de lançamento dos filmes produzidos em 2010 não chega a R$ 10.000,00 (Dez mil Reais), onde está incluido Kit de projeção, Buffet para 200 convidados, Som (para uma banda que vai tocar de graça), Decoração. Será que a Prefeitura e a Funcaju não vêem que esse pode ser um evento que também marca o caléndario da cidade de Aracaju. Por que o desprezo em relação ao Audiovisual? Será que o Audiovisual tem menos valor que o Pré-Caju, Forró-Caju, Moto Fest? Não queremos desvalorizar qualquer um destes eventos, queremos a valorização do nosso setor e incluir Aracaju no circuito de produção do cinema brasileiro, pois quem produz precisar mostrar. Filmes são para serem vistos, Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira e nossos filmes já estão prontos e precisam ser exibidos.

Estamos tentando falar com o prefeito já há três semanas, ligamos, mandamos emails, tentando marcar uma audiência, e não obtivemos resposta. É um absurdo nos ignorarem desta maneira, o evento está marcado para a próxima sexta-feira, 26 de novembro. Tarciana Portella – Representante MinC/Nordeste, Frederico Cardoso – Coordenador Cine+Cultura/MinC e Rodrigo Bouillet – Coordenador de Rede do Cine+Cultura/MinC, entendem a importância dessa ação, tanto que confirmaram presença imediatamente após o convite que foi feito há duas semanas atrás. Pelo visto, só o Prefeito e a Funcaju não entendem isso.

 

Vamos à luta, pois juntos nós somos fortes. Repassem, falem, comentem, façam barulho, usem as armas que tiverem. A munição é única: É o direito ao reconhecimento de uma classe: os profissionais do audiovisual sergipano.”

 

Baruch Blumberg, realizador audiovisual de Sergipe.