foto: André Moreira
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Na última sexta-feira, 19, o Cinekipá – cineclube do Instituto de Estudos e Produção Audiovisual de Sergipe – deu início a suas atividades no Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, que estabelece uma parceria com o Instituto. Os encontros do cineclube acontecem sempre às sextas a partir das 14h, onde o intuito inicial é estudar sobre textos que abordem diversas questões relacionadas ao contexto cinematográfico.
Para o primeiro encontro foi sugerido o texto ‘Uma estética da fome’ de Glauber Rocha, sendo exibido também trechos do filme ‘Deus e o diabo na terra do sol’, do próprio Glauber, onde os cineclubistas puderam discutir e pensar sobre o movimento Cinema Novista. Percebeu-se também uma alta expectativa com relação ao Cinekipá, como afirma Camilla Monteiro, uma das selecionadas para o cineclube. “Essa experiência tem tudo pra dar certo e vejo que o pessoal está bastante animado.” E ainda segundo Camilla a proposta de disponibilizar o texto antes é importante para formação dos estudantes. “A idéia de entregar o texto antes do encontro é essencial para que os cineclubistas possam pesquisar mais sobre o tema”, ratificou.
Além dos selecionados, membros do Kipá também estavam presentes no primeiro encontro, como é o caso do presidente-fundador, Marcel Magalhães, que acredita ser crucial entender o processo de produção no cinema através da formação teórica. “O resultado do Cinekipá será positivo. O primeiro passo já foi dado, agora é focar na aprendizagem e depois interligar com a prática”, corroborou. Também esteve presente, Cleiton Lobo, um dos responsáveis pela coordenação do Cineclube, que no geral afirmou ser produtiva a primeira reunião dos cineclubistas. “As pessoas em sua maioria participaram ativamente. O tema por si só instiga, aguça, afinal é Cinema Novo. Chegamos até a falar sobre pornochanchada, só tenho a esperar bons frutos dessa nova jornada”, comentou.
Ainda em 2010
Para este ano o Cinekipá planeja estudar sobre temas alternativos, sem seguir uma ordem cronológica, devido à possível mudança de horário e inclusão de novos membros em 2011. Nesta sexta, 26, não haverá reunião do cineclube, por conta da Formação e Implantação do Fórum Audiovisual de Sergipe, que acontece às 14h na Sociedade Semear. Os encontros voltam à normalidade dia 03 de dezembro, onde os cineclubistas vão discutir a respeito de Cinema na América Latina.
Em 2010 o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira através dos cursos de realização, que capacitaram mais de 90 alunos, conseguiu produzir 11 curtas-metragens com o objetivo de reunir todas as produções e exibi-las numa solenidade especial para convidados, cujo intuito é mostrar que Sergipe possui produções de qualidade e precisa evidenciá-las no cenário do audiovisual brasileiro. Sendo assim, no dia 05 de novembro um ofício com solicitações para a realização da festividade foi enviado à Funcaju assinado pelos mais de 90 alunos do NPDOV, e em resposta a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte além de demorar a dar um feedback, negou em pelo menos 50% os itens solicitados pelos alunos. Não contente, dias depois a FUNCAJU retorna negando praticamente tudo e oferecendo somente auxílio com relação ao som e buffet.
Indignados com o descaso da Prefeitura de Aracaju em relação ao setor do audiovisual em Sergipe, alunos do NPDOV, redigiram uma carta aberta de reivindicação ao prefeito Edvaldo Nogueira, com a finalidade deste perceber a importância não somente desta solenidade para a prospecção do setor em Sergipe, como também reconhecer oficialmente a categoria dos realizadores no estado.
Leia na íntegra a carta aberta, escrita pelo aluno de audiovisual e dos cursos de realização do NPDOV, Baruch Blumberg, representando os quase 100 alunos envolvidos:
Ao Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira,
“Representamos cerca de 100 estudantes que ao longo de 2010 passaram pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira com intuito de se aprimorar, trocar experiências, produzir e amadurecer profissionalmente. Importantes passos foram dados. Realizamos 11 curta-metragens com acompanhamento de profissionais renomados do cinema brasileiro e envolvemos durante as gravações pelo menos o dobro da quantidade de alunos, contando com atores, profissionais de outras áreas, etc. Cidadãos aracajuanos que acreditavam que o NPDOV era um investimento sério da Prefeitura de Aracaju e que esta tinha competência para lidar com cultura.
Tivemos uma reunião no NPDOV para saber a reposta da Funcaju em relação a nossa festa de lançamento, solicitada em um ofício enviado por nós no dia 05 de novembro para Funcaju . A Funcaju confirmou, em cima da hora, somente o Buffet e o Som e negou o local, Terraço do Mercado Talles Ferraz o qual é administrado pela própria prefeitura, além da decoração,do banner, Outdoors, Cerimonialista e Kit Multimídia (Projetor, Telão com estrutura profissional). A partir dessas deliberações Graziele Ferreira, coordenadora geral do NPDOV, falou que a festa terá que ser no próprio Núcleo, e que fará de tudo para que esta saia a contento. Mas sabemos que essa mudança reduz drásticamente a quantidade de convidados, importância e a possibilidade de alcance do evento.
Encerrada a reunião, nós, alunos do NPDOV, decidimos confrontar essa posição da Prefeitura Municipal de Aracaju que desvaloriza a cultura de Aracaju e desrespeita totalmente nosso trabalho, nosso suor, nosso desejo de mostrar o quão Aracaju merece ser vista no cinema brasileiro. Convocamos todos que acreditam e desejam que o Audiovisual seja visto a partir de um viés profissional e não como uma brincadeira, a repassarem esta mensagem para todos que se interessam por nossa cidade, por nossas histórias, e se manifestarem contra o completo e absurdo descaso da Prefeitura da nossa capital, que não valoriza sequer o seus próprios projetos, investe em audiovisual, mas na hora de exibí-lo, e torná-lo visível como produto de um trabalho profissional, o desprestigia, o reduz a uma festinha de escola de fim de ano, e não é isso que queremos e merecemos.
Dispendemos tempo, dinheiro, estudo, viramos noites, atores participaram gratuitamente, professores e profissionais se empenharam e se empolgaram com a estrutura oferecida pela Prefeitura/NPDOV, mas na hora de divulgar e fazer valer essa intervenção pública no setor, a prefeitura afirma não haver recurso. Mas quanto será o valor de que estamos falando? O valor da cerimônia de lançamento dos filmes produzidos em 2010 não chega a R$ 10.000,00 (Dez mil Reais), onde está incluido Kit de projeção, Buffet para 200 convidados, Som (para uma banda que vai tocar de graça), Decoração. Será que a Prefeitura e a Funcaju não vêem que esse pode ser um evento que também marca o caléndario da cidade de Aracaju. Por que o desprezo em relação ao Audiovisual? Será que o Audiovisual tem menos valor que o Pré-Caju, Forró-Caju, Moto Fest? Não queremos desvalorizar qualquer um destes eventos, queremos a valorização do nosso setor e incluir Aracaju no circuito de produção do cinema brasileiro, pois quem produz precisar mostrar. Filmes são para serem vistos, Sr. Prefeito Edvaldo Nogueira e nossos filmes já estão prontos e precisam ser exibidos.
Estamos tentando falar com o prefeito já há três semanas, ligamos, mandamos emails, tentando marcar uma audiência, e não obtivemos resposta. É um absurdo nos ignorarem desta maneira, o evento está marcado para a próxima sexta-feira, 26 de novembro. Tarciana Portella – Representante MinC/Nordeste, Frederico Cardoso – Coordenador Cine+Cultura/MinC e Rodrigo Bouillet – Coordenador de Rede do Cine+Cultura/MinC, entendem a importância dessa ação, tanto que confirmaram presença imediatamente após o convite que foi feito há duas semanas atrás. Pelo visto, só o Prefeito e a Funcaju não entendem isso.
Vamos à luta, pois juntos nós somos fortes. Repassem, falem, comentem, façam barulho, usem as armas que tiverem. A munição é única: É o direito ao reconhecimento de uma classe: os profissionais do audiovisual sergipano.”
Baruch Blumberg, realizador audiovisual de Sergipe.
Uma palestra sobre cineclubismo e a exibição de três curtas nordestinos marcam o lançamento oficial do Projeto Cine Mais UFS nesta quinta-feira, dia 4 de novembro de 2010. O Cine Mais UFS é um projeto de extensão da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em parceria com o Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura (Minc). Com o apoio do Minc, através da cessão de equipamento de exibição e filmes da Programadora Brasil, o projeto se concretiza em um cineclube voltado para a educação audiovisual.
Toda quinta-feira, sempre às 17hs, alunos, professores e qualquer pessoa da comunidade pode assistir a obras cinematográficas de destaque. Na sequência da exibição, abre-se para o debate, onde entram em discussão questões relativas tanto à linguagem cinematográfica quanto aos conteúdos abordados.
Mensalmente, a estrutura da programação é a seguinte:
Primeira quinta-feira do mês: Cinema Brasileiro – ficção.
Segunda quinta-feira do mês: Documentário.
Terceira quinta-feira do mês: Cinema Brasileiro – ficção.
Quarta quinta-feira do mês: Cinema Mundial.
A ideia é ampliar o repertório de conhecimento cinematográfico dos alunos, em especial os de Comunicação Social, com ênfase para o Curso de Audiovisual. Afinal, não há como produzir bem obras audiovisuais, aquele que não conhecer a fundo sobre cinema. As exibições, que começaram no mês de agosto, ainda acontecem em uma sala de aula. Mas a previsão é de que agora em novembro o projeto já tenha a sua sala de projeção no Campus de São Cristóvão.
Coordenado pela professora do Departamento de Comunicação Social (DCOS) Ana Ângela Farias, o projeto tem mais de 10 alunos diretamente envolvidos, todos bolsistas de extensão (entre remunerados e voluntários) do projeto PIBIX. Além das projeções semanais, o projeto prevê a produção de vídeos sobre análise crítica da mídia, grupo de estudo sobre mercado e cinema, e programa de rádio sobre música e cinema.
Na próxima quinta, no lançamento oficial, Rodrigo Bouillet, Coordenador de Rede do Programa Cine Mais Cultura, fará a palestra sobre Cineclubismo, mostrando a função social dessa prática, em especial para a disseminação do cinema brasileiro. Também participará do evento a coordenadora do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, Grazielle Ferreira, que vai falar sobre o Circuito Cinema Livre, que reúne os cines sergipanos em uma grande rede cineclubista.
Em seguida, serão exibidos três curtas nordestinos premiados nos últimos anos: Vida Maria [Marcio Ramos], Recife Frio[Kléber Mendonça] e Chegança [Marcelo Roque].
O que: Lançamento do Projeto Cine Mais UFS
Quando: quinta, 04 de novembro
Hora: 16hs
Local: Auditório do CCET (próximo ao DCE)
Realização: Curso de Audiovisual – Departamento de Comunicação Social – UFS
Parceria: Programa Cine Mais Cultura (Minc)
Apoio: Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira e Pró-Reitoria de Extensão