O Kipá experimentou o sabor da Derrota e registrou vários momentos da festa para a realização de documentário
O Instituto Kipá juntou-se à multidão de ‘derrotados’ que participou da Derrota Fantasy 2010. A equipe ficou responsável pela realização do documentário “A minha Derrota”, que buscará retratar a movimentação da festa e envolvimento do público em relação à proposta do evento. As bandas não ficaram de fora, e alguns músicos não deixaram de dar seu depoimento sobre a irreverência que marca a Derrota. E já que ficar derrotado é o objetivo da festa, a nossa equipe não parou e trabalhou até as 6h da manhã, mas, claro, sempre com muita diversão.
- Equipe Kipá (da esquerda para a direita): André Aragão, Chris Matos, Cleiton Lobo, Marcos Mota, Renan Sobral, Sayuri Dantas e Marcel Magalhães
O documentário está em fase de edição e quem quiser ainda pode participar da nossa produção. Aqueles que fizeram pequenos vídeos durante a festa e quiserem compartilhá-los com a gente podem enviar esses materiais para a nossa equipe através do email audiovisual.kipa@gmail.com. O envio pode ser feito até amanhã, 17 de dezembro de 2010.
A Derrota
Fantasiar-se para a Derrota é, antes de tudo, preparar-se para sentir-se derrotado ao final da festa. E isso parece ser regra entre todos que participam da brincadeira. Os amigos Maneu Carvalho e Arthur Soares, que nunca perderam uma edição da Derrota, contam que o melhor mesmo é chegar na folia já meio derrotado para sair de lá totalmente acabado. “Lembro de uma vez que cheguei na Derrota todo fantasiado e, depois de um tempo, fui perdendo todos os adereços da minha fantasia. Só me dei conta quando eu já não tinha mais nada de diferente na roupa”, relembra Maneu, que resolveu descartar os adereços este ano, vestindo-se de ajudante de cego, protagonizado por Arthur.
Maneu e Arthur nunca perderam uma Derrota
Havia também muita gente que não conhecia a Derrota e que, pela primeira vez, resolveu fantasiar-se para encarar a festa. Vestido de mecânico, o representante comercial Alisson Cavagnoli nunca tinha ido a nenhuma edição do evento e disse que só sairia derrotado da festa. “Pelo que ouvi falar, aqui as pessoas brincam muito e só voltam pra casa depois muito derrotadas”, disse Alisson. O professor Danilo Pereira (nome fictício) também participou pela primeira vez da festa, mas conta já ter feito algumas maluquices em momentos de derrota total. “Uma vez, depois de beber muito, eu dancei uma música da Britney Spears sem roupa no meio da rua”, recorda Danilo.
Cambota fala sobre a Derrota Fantasy
Os músicos que fizeram a festa do público também relataram algumas das suas derrotas para a equipe do Kipá. Pela primeira vez no nordeste, Cambota, o vocalista da banda ‘Pedra Letícia’, revelou não apenas uma, mas sete derrotas que ele colecionou ao longo da sua vida. “Se é pra falar de derrotas, posso contar sobre sete, que foram as sete faculdades que comecei a cursar, mas acabei desistindo de todas até que resolvi me tornar músico, o que não tem sido uma derrota”, fala Cambota, que brinca ao dizer só ter entendido o sentido da festa quando a Pedra Letícia, segundo ele, uma banda ‘fuleira’ [risos], foi convidada pra tocar no evento.
Digão recebe a Equipe Kipá
“Difícil dizer uma derrota, são tantas”, afirma Digão, vocalista e guitarrista da banda Raimundos. No entanto, embora não conseguissem se lembrar de muitas derrotas na hora da entrevista, os roqueiros da Raimundos concordam que a sua participação no evento não está entre elas. “Isso não é uma derrota, a festa é muito boa, dá pra ver que a galera participa bastante. Ela devia inclusive mudar de nome e se chamar Vitória”, acredita Canisso, baixista da banda.
Entrevista com Canisso, baixista da banda Raimundos
Muito mais enturmada, a galera do Massacration, que esteve presente na edição anterior da Derrota Fantasy, em 2009, também mostrou-se firme ao defendê-la enquanto uma festa vitoriosa. “Mais uma vez, o metal venceu e saíram derrotados os emos, os caretas, os grupos musicais da atualidade”, assegura Bruno Sutter, o Detonator.
"Na Derrota, o Metal venceu", diz Bruno Sutter
Colecionando derrotas ou não, todos se divertiram muito na festa que, mais uma vez, provou ser um grande evento. O Instituto Kipá aproveita este espaço para agradecer o empenho de todos que se dedicaram durante toda a festa para a produção do nosso documentário. “As gravações na Derrota Fantasy ocorreram tranquilamente, gravamos shows, montamos a nossa tenda, conversamos com as bandas e com várias pessoas, pegamos imagens do evento em si e acabamos saindo quase 6h da manhã de lá. Toda a equipe está de parabéns”, reforça Marcel Magalhães, presidente do Instituto Kipá.
Agradecemos também ao público, às bandas e, principalmente, a Alexandre Hardman e sua equipe, que nos deram todo o apoio necessário para a realização desse novo projeto. Obrigado!
Por Chris Matos
Fotos: Sayuri Dantas